Sequestradores monitoraram empresário de Curitiba por 14 dias antes do crime, revela polícia
- Miguel Trevisol
- 21 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 4 de out. de 2024
Funcionária do empresário planejou sequestro, diz polícia; seis pessoas foram presas após tentativa de transferir R$ 3 milhões
Vídeo mostra momento em que empresário é sequestrado em Curitiba
O grupo suspeito de sequestrar um empresário, dono de uma distribuidora de equipamentos médicos em Curitiba, começou a monitorá-lo aproximadamente 14 dias antes do crime, segundo o delegado Thiago Teixeira, responsável pelas investigações.
Câmeras de segurança registraram o momento em que o empresário foi sequestrado após um acidente de carro na noite de terça-feira (19). Assista ao vídeo acima. O carro da vítima foi encontrado incendiado um dia depois. O empresário foi resgatado cerca de 18 horas depois, em Monte Castelo, Santa Catarina, após os suspeitos serem perseguidos pela polícia.
As investigações apontam que o sequestro foi planejado por uma funcionária da vítima. Ela e outras cinco pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no crime, entre elas o sobrinho e o marido da funcionária.
A funcionária, o sobrinho e outros três suspeitos permanecem presos e vão responder por extorsão mediante sequestro. O marido da funcionária foi ouvido e liberado.
Segundo as investigações, o grupo provocou um acidente para sequestrar o empresário. A vítima foi forçada a entrar em seu próprio carro e levada pelos criminosos. Horas depois, o veículo foi encontrado incendiado.
Durante o sequestro, os suspeitos exigiram que o empresário transferisse cerca de R$ 3 milhões de sua conta bancária. O plano foi frustrado quando o gerente do banco, ao notar a movimentação suspeita, bloqueou a conta e acionou a polícia.
“A intenção do grupo era manter a vítima em cativeiro até o amanhecer para realizar a transferência dos R$ 3 milhões, que não foi possível inicialmente. Como a transação só poderia ser feita durante o dia, eles aguardaram com a vítima para concretizar o plano”, explicou o delegado Thiago Teixeira."
Funcionária foi mentora do crime, diz polícia
“A funcionária da empresa entrou em contato com o sobrinho, explicou todo o plano e o que deveria ser feito. Ele, por sua vez, recrutou mais três pessoas para participar do sequestro”, detalhou o delegado.
Dias antes do crime, a funcionária alugou um carro para dar cobertura durante o sequestro e, posteriormente, registrou uma queixa de roubo do veículo.
O carro alugado foi registrado entrando em um motel em Curitiba, que foi utilizado pelos sequestradores como cativeiro. Assista:
O que dizem os envolvidos
Em nota, a defesa dos presos afirmou que aguarda "o desenrolar das investigações e confia na atuação da polícia".
O advogado da funcionária, Igor Ogar, declarou que o caso não se trata de um sequestro "propriamente dito", pois há muitas circunstâncias que ainda precisam ser investigadas.
A família do empresário informou, também por meio de nota, que ele está bem, mas optou por não comentar sobre a suspeita de que o crime teria sido planejado por uma funcionária.
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